26/12/2009

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“Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquetipo qualquer, mas pela pupila… Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante… A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos… Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo… Deles não quero resposta, quero meu avesso… Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim…Para isso, só sendo louco… Quero-os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças… Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta… Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria… Amigo que não ri junto não sabe sofrer junto… Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade… Não quero risos previsíveis nem choros piedosos… Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça… Não quero amigos adultos nem chatos… Quero-os metade infância e outra metade velhice… Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto e velhos, para que nunca tenham pressa… Tenho amigos para saber quem eu sou… Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velh
os, nunca me esquecerei de que “normalidade” é uma ilusão imbecil e estéril… ” (Oscar Wilde)